JESÚS QUINTERO

 

JesusQuintero1

San Juan del Puerto, Huelva, 18-08-1940
Ubrique, Cádiz, 03-10-2022


El Loco de la Colina

-- Por que há que adaptar-se à mediocridade, ao mau gosto, ao lixo, à mentira, à corrupção, à guerra, ao medo, à infelicidade permanente?

-- Perdemos a juventude no dia em que deixamos de sonhar com o paraíso na terra; no dia em que começamos a chamar, com desprezo, utópicos aos que continuam a sonhar; no dia em que nos desperta o sentido prático e entramos no jogo e aceitamos as regras.

-- Quando falas com um político, vês que não há profundidade. Perguntas-lhe para quê se vive e ele não sabe o que te responder.

-- Há sempre coisas pelas quais merece a pena viver. Digo-te eu que não sou suspeito de optimismo. Embora às vezes não pareça, há sempre alguém à nossa espera. Dá tempo ao tempo, e se vai muito devagar, adianta-te a ele, e corre se for preciso; mas não te rendas.

-- Que eu saiba, o carteiro da vida nunca toca duas vezes. O único pecado imperdoável é não viver, é entregar-se a uma morte antecipada enquanto o sangue ainda corre pelas nossas veias.

-- Estou farto de que o vulgar tenha a ver com a maioria e a qualidade com as minorias.

-- Penso como Oliver Stone: as massas são um monstro de mil cabeças mas com muito pouco cérebro.

-- Ainda sei muitos monólogos de Shakespeare, do Hamlet, do Mercador de Veneza... Lia em voz alta no curral da minha aldeia.

-- Os analfabetos de hoje são os piores porque na maioria dos casos tiveram acesso à educação, sabem ler e escrever mas não exercem. Cada dia são mais e cada dia o mercado os cuida mais e pensa mais neles. A televisão faz-se cada vez mais à sua medida. As grelhas dos diversos canais competem em oferecer programas pensados para uma gente que não lê, que não entende, que passa ao lado da cultura, que quer que a divirtam ou que a distraiam nem que seja com os crimes mais brutais ou com os mais sujos trapos de porteira.
O mundo inteiro está-se a criar à medida desta nova maioria. Tudo é superficial, frívolo, elementar, primário, para que eles possam compreendê-lo e digeri-lo. Esses são, socialmente, a nova classe dominante embora sejam sempre a classe dominada precisamente pela sua incultura, a qual impõe a sua falta de gosto e as suas mórbidas regras.

(Abril de 2012)


-- Para mim, a comunicação não é um ofício, mas sim um destino, não é um modo de vida mas uma maneira de viver: um compromisso. Não há contradição entre o que digo em público e o que digo em privado. Não estou aqui para vender produtos nem para fazer programas ditados por alguém ou pelo gosto da época, muito menos num tempo que perdeu o gosto, a sensibilidade e até mesmo a vergonha. Não estou aqui para ganhar dinheiro a qualquer preço, à custa de baixar a fasquia da qualidade e falar de vulgaridades.
Amo a comunicação e por isso me dói vê-la em mãos de gente sem escrúpulos, gente que se rendeu ao mercado, à publicidade, à ditadura das audiências (...)

Entrevistas a :
Fernando Arrabal, Arturo Pérez-Reverte, subcomandante Marcos, Jorge Luis Borges, Alberto Boadella, Antonio Escotado, Antonio Banderas, Antonio Gala, Rocio Jurado, Julio Iglesias, Felipe González, Jesús Gil, Baltasar Garzón, Alejandro Jodorowsky, José Saramago, José Antonio Marina, Diego Armando Maradona, Paulo Coelho, Joaquín Sabina, Mario Vargas Llosa, Joan Manuel Serrat, Dominique La Pierre, Cayetana Fitz-James Stuart y Dolores Ibárruri.

JESUS QUINTERO ENTREVISTA

2007